"Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino". (Paulo Freire)

domingo, 28 de março de 2010

A ESCRITA E A LEITURA NO HIPERTEXTO

Por: Jucelino Gabriel da Cruz

São inúmeras e consideráveis as mudanças que estão ocorrendo na alfabetização, no letramento e nos demais processos educacionais, nesta era da cultura digital.  Podemos citar, por exemplo, o acesso a textos em contextos; a facilidade de acesso a vídeos, imagens, mapas, sons, tabelas, entre outros; O aprendizado de forma coletiva, cooperativa e interativa; O acesso a um maior número de informações de forma objetiva; O desenvolvimento do próprio estilo cognitivo.
 Cabe à escola saber lidar com a cultura do hipertexto, nessa nova realidade, é de responsabilidade do educador a orientação aos alunos de maneira que possam ampliar a quantidade e a qualidade das informações pesquisadas. Ele é um facilitador do processo de ensino e aprendizagem. O educando torna-se co-autor, participando de maneira mais ativa e optando pela melhor forma de desenvolver sua aprendizagem.
De fato a internet está mudando nossa relação com a leitura e a escrita.  Acredito que o computador e a internet podem estar servindo de estímulo à leitura, uma vez que possibilita ao leitor o acesso às informações atrativas de forma hipertextual e em tempo real. Ao contrário do que muita gente pensa, o computador e a internet não serão uma ameaça à leitura. No artigo produzido por Claudia Augusto Dias, intitulado como “Hipertexto: evolução histórica e efeitos sociais” destaca-se que “(...) A televisão não substituiu o teatro ou o rádio. As videolocadoras e as TVs a cabo não provocaram a falência dos cinemas.” É visível o fato de que a sociedade está sujeita a mudanças sociais e culturais.
Esse processo é inevitável. As características diversificadas da sociedade brasileira podem estar sendo um fator determinante para a mudança ou não de valores em relação à cultura digital. É oportuno e importante falar da necessidade de políticas públicas que possibilitem e efetivem cada vez mais a inclusão digital das minorias. Mas é sabido que o público é variado. Salientar que alguns elegem as obras literárias em material impresso, dizendo serem mais agradáveis de se ler. Elas são completas por si só, não necessitando, na maioria das vezes, de pesquisas extras.  
O hipertexto é subversivo porque é construído coletivamente, contém pensamentos diversificados. O leitor poderá seguir caminhos diferentes na compreensão do texto, dado o grande número de Links que o conduzem a vídeos, imagens ou outros textos de forma articulada fugindo à linearidade.
Algumas das dificuldades são encontradas pelos leitores ao realizarem leituras apoiadas por suportes virtuais. Segundo pesquisa realizada pela educadora Maria Cláudia de Oliveira da Universidade Estácio de Sá - UNESA, a perda do foco da leitura (início, meio e fim), uma vez que os links podem causar tal distração e a leitura por muito tempo na tela do computador estão entre os principais reclames. Algumas pessoas dizem até imprimir os textos para fazerem uma melhor leitura.  Outros leitores dizem se sentir inseguros e confusos.
Apesar dessas desvantagens, certamente uma das maiores vantagens que podem ser apontadas em relação à leitura apoiada por suportes virtuais é o fato de tornar propícios os cursos à distância e a sua não-linearidade. O criador do termo “hipertexto” foi Theodor H. Nelson. Os hipertextos são utilizados principalmente nas áreas da educação, comunicação e organização de dados. Aos educadores, uma facilidade a mais para sua prática educativa.
A idéia de autoria é colocada em cheque com os hipertextos. Como preservar os direitos autorais se os hipertextos possuem um “processo mais aberto de infinitas interligações”? Se são infinitos e inacabados não se pode definir seu autor, simbolizam a contínua construção do conhecimento.
Que venham os avanços e evoluções e que nunca nos falte a curiosidade e disposição para fazer bom uso disso tudo.

DIAS, Cláudia Augusto. Ciência da Informação, versão impressa ISSN 0100-1965. Ci. Inf. v.28 n.3 Brasilia set./dez. 1999.

PAN, Maria Cláudia de Oliveira, em http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:VConX-jit-0J:www.abed.org.br/congresso2005/, acesso em 28 de março de 2010.

RAMAL, Andrea Cecilia, em  http://www.revistaconecta.com/destaque/edicao04.htm, acesso em 28 de março de 2010.

quinta-feira, 25 de março de 2010

COM A INTERNET, SERÁ O FIM DO LIVRO IMPRESSO?



Por: Jucelino Gabriel da Cruz


Será que a era da leitura e escrita está para terminar? Para responder gostaria de citar o resultado da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada em 2007 e divulgada no ano de 2009 pelo Instituto Pró-Livro, em parceria com o IBGE, afirmando que cresceu o número de leitores no Brasil. É de se destacar que essa pesquisa foi realizada numa época em que, também segundo o IBGE, cresce o número de brasileiros com acesso a internet (75,3% em três anos). Estão ao alcance os livros digitais e outros textos on-line.


Nas escolas públicas temos os livros didáticos, que representam uma ferramenta a mais no trabalho pedagógico, senão a mais importante, conforme a realidade de algumas escolas que não possuem sequer acesso à internet e uma biblioteca com obras diversificadas. Nessas condições, cabe ao educador buscar outros meios para enriquecer sua metodologia de ensino de maneira a propiciar uma aprendizagem significativa.

O livro é essencial. Pensar sobre sua importância é pensar sobre a própria essência do ser humano, no que tange sua constante capacidade de formação e evolução. Sem sombra de dúvidas cada um enumeraria diversas situações em épocas diferentes em que este objeto foi amigo capaz de apontar soluções e entreter, mesmo com o advento das novas tecnologias e da internet, principalmente. Seguramente ele continuará tendo seu espaço.

Por outro lado, não se pode acomodar. É de se destacar a necessidade de obras cada vez mais completas e atrativas para continuar conquistando seu público fiel, assim como as novas gerações de leitores. É preciso inovar, reinventar. Acredito que o investimento em bibliotecas públicas, também com conexão à internet pode se constituir um casamento perfeito, uma vez que é impossível acessar as informações em contextos sem internet.

Certamente é de suma importância conservar o saber coletivo, entretanto, na atualidade, o material impresso é apenas mais uma maneira de se fazer isso, e não é ecologicamente correta. Seja o livro impresso ou digital, o importante é gostar de ler. Muitas pessoas preferem o bom e velho livro impresso.
São diversas obras literárias, revistas, jornais, livros didáticos e paradidáticos, enciclopédias, propagandas, histórias em quadrinhos, cordel, revistas, entre outros, que representam as diversas formas e meios de se desenvolver o saudável e indispensável exercício da leitura.

Despertar esse hábito nas crianças, adolescentes e jovens significa se preocupar com a formação de novos escritores, uma vez que para ser um bom escritor, primeiramente deve ser um bom leitor.